O aumento dos preços das passagens aéreas no país, ocorrido, em parte, por causa da saída de cena da Avianca, tem feito o transporte rodoviário ganhar espaço no mercado de viagens corporativas. No primeiro semestre, as viagens de ônibus do segmento cresceram quase 60% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo Carlos Prado, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp).
“Percebemos que o transporte rodoviário tem sido uma opção frequente nesses deslocamentos, muito em função de como esse serviço começou a se aperfeiçoar com o tempo. As empresas estão visualizando um custo-benefício nessa modalidade”, afirmou o dirigente ao jornal DCI. Ao todo, o setor de turismo corporativo faturou R$ 5,5 bilhões entre janeiro e junho, de acordo com a Abracorp, montante 14,7% maior que o dos seis primeiros meses de 2018.
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Segundo Prado, um dos aspectos que têm impulsionado o crescimento do transporte rodoviário nas viagens corporativas é a popularização dos aplicativos de rotas nos grandes centros urbanos. “A locação de veículos de modo geral em grandes cidades apresentou crescimento de 20% em 2019 em comparação com o ano passado. A eficiência de aplicativos como Google Maps e Waze auxilia bastante no deslocamento entre essas cidades próximas”, diz.
Segundo um levantamento da Abracorp, o estado de São Paulo foi responsável por 21% do total de locações efetuadas nos primeiros seis meses do ano, seguido por Minas Gerais, com 8%. A média de gasto diário na contratação de um automóvel subiu 16%, informa a pesquisa, chegando a R$ 86.
Para o dirigente, as empresas que ainda optam pela modalidade aérea estão acentuando o trabalho de planejamento de compra como forma de reduzir os custos. “O que nos chama a atenção é que, nos primeiros seis meses do ano, quase 75% dos bilhetes foram comprados com certa antecipação”, comentou Prado. Segundo o estudo, 21% das passagens foram adquiridas entre nove e 15 dias antes da data de embarque. A pesquisa detectou ainda uma retração de 1,7% nas viagens aéreas internacionais por causa da alta do dólar.
Viagens corporativas: com voos mais caros, transporte rodoviário ganha força

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