Um levantamento publicado nesta semana globalmente pelo Ipsos com a Associação Global do Investidor em Infraestrutura ( GIIA, na sigla em inglês) mostra que a imensa maioria da população vê os investimentos em infraestrutura como o melhor caminho para a recuperação da economia, após os abalos que a pandemia do novo coronavírus já causou no mundo – e tem potencial de continuar causando, com o surgimento da segunda onda de contaminação na Europa e nos Estados Unidos. A visão é que recursos para estas obras podem gerar emprego, movimentar a economia e criar oportunidades para empresas.
A pesquisa ouviu 19.516 pessoas em 27 países de 24 de julho a 7 de agosto. Para 79% delas, investir em infraestrutura é o melhor caminho para retomar a atividade econômica. No Brasil, este percentual chega a 81% e o país figura no quarto entre as populações que mais concordam com a afirmação, atrás apenas de África do Sul (90%), Peru (89%) e China (87%). A menor adesão a esta afirmação está no Japão, com 61% de apoio popular.
Segundo o levantamento, 81% dos entrevistados no Brasil esperam que os governos façam este investimento, patamar superior à média mundial (68%). Mas, da mesma forma, mais brasileiros aceitam investimentos privados em infraestrutura 73%, contra média mundial de 68%, e para 71% dos entrevistados no Brasil este capital pode ser estrangeiro, contra média mundial de 52%. No dado global, o apoio ao investimento privado e ao estrangeiro cresceu quatro pontos percentuais em relação à pesquisa de 2019.
“Esses resultados indicam um forte apoio ao investimento do setor privado em infraestrutura econômica, o que permite ao governo se concentrar no fornecimento de infraestrutura social, como saúde e educação, após a pandemia global”, afirmou Lawrence Slade, presidente da GIIA.
O levantamento também aponta as maiores demandas globais no setor: água e saneamento (42%), energia solar (41%), ruas e avenidas (34%), habitação (34%), calçadas e vias de pedestres (34%), obras contra inundações (33%), energia eólica (33%), ferrovias (32%), infraestrutura para banda larga (32%), estradas (31%), ciclovias (26%), estrutura para carros elétricos (21%), aeroportos (13%) e energia nuclear (11%).
O Diretor de Pesquisa Ben Marshall, da Ipsos Transporte e Infraestrutura, afirmou que a pesquisa indica um caminho de uma preocupação ambiental. “Estamos vendo um interesse contínuo em investimentos em energia renovável entre os setores de infraestrutura e uma expectativa de que a infraestrutura será uma parte fundamental de qualquer plano de estímulo econômico”.