No atípico ano de 2020 o novo coronavírus fez com que muitos consumidores vencessem resistências ao comércio eletrônico. E, com o Auxílio Emergencial pago por causa da pandemia, muitas pessoas passaram a ter conta em banco e, assim, acesso ao e-commerce. Para a Ebit|Nielsen, referência em dados de e-commerce no Brasil, ambos os fatores devem ajudar a turbinar a black friday deste ano.
A Ebit|Nielsen estima que a Black Friday deste ano vai crescer em ritmo superior ao registrado no período de descontos do ano passado. Pelas contas da empresa, a principal datas de ofertas do varejo de 2020 vai superar as vendas do ano anterior em 27%, ritmo mais intenso que a alta de 23,6% registrada no evento de promoção de 2019 em relação a 2018.
Os resultados do principal dia de comércio eletrônico do Brasil, superando datas como Natal, Dia das Mães, Dia dos Namoradas e Dia das Crianças, devem ajudar o país a fechar 2020 com uma alta de 38% no e-commerce sobre o ano de 2019, que havia crescido 16,3% sobre o ano anterior.
A criação de contas digitais para pagamento do auxílio emergencial contribuiu para uma maior bancarização da população brasileira. Esse fator também é visto pela Nielsen como um fator que deve ajudar a impulsionar o comércio, aliado ao hábito cada vez mais comum de realizar compras pela internet — que foi potencializado pela Covid-19.
O resultado poderia ser ainda mais otimista, segundo a Ebit|Nielsen, se não fosse a redução do valor pago como auxílio emergencial pelo governo federal em resposta à pandemia. O benefício, criado em abril, foi prorrogado até o final do ano, mas com um valor menor — caiu de R$ 600 para R$ 300.
“Os números para este ano e para a Black Friday são muito expressivos por refletir a adaptação do consumidor às compras online. Nesta pandemia, o e-commerce se tornou um porto seguro ao substituir de forma eficiente e prática o ambiente físico”, afirmou a líder de Ebit|Nielsen, Júlia Ávila.